"Autodevoram-se as cidades pela fome de seu destino antropofágico"
Reprodução do Portal Alagoasnanet.com.br
As cidades são construídas para se autodevorarem, quão a natureza de alguns animais (lagartixa, v.g.). A cidade tem por natureza a mutação. Ela alimenta-se dela própria. Destrói lugares e os reconstrói. Mudam-se os espaços.
Ruas abrem-se para avenidas. Cortiços são transferidos. Favelas aparecem onde não existia.
Na pressa, as lojas comerciais estão em mutações. Os monumentos públicos são inaugurados na mesma velocidade na qual são esquecidos.
Disputas políticas, disputas filosóficas. A cidade e os seus típicos fenômenos culturais.
O que existe agora, talvez não chegue até amanhã. Se a História preenche as suas lacunas com invencionices, a memória da cidade tem falhas leves, moderadas, graves. A cidade que não para, integrada à natureza, como todas as coisas, ela está viva, movimenta-se, transforma-se.
Este pequeno animal catenga (lagartixa), com fome, devora a própria cauda. Além de ter habilidades mutantes para se livrar de predadores.
A cidade-lagartixa e o artista plástico que pinta a cidade sobre a tela na qual há outra pintura. A cidade-catenga e o artista da palavra que escreve e reescreve e apaga e outra vez escreve.
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