Poesia O Adeus Infinito por José Geraldo Wanderley Marques
Poesia O Adeus Infinito por José Geraldo Wanderley Marques

O ADEUS INFINITO
"Tu me criaste para viver e
por isto eu te conto
a minha história" (Santo
Agostinho)
Quando partimos em direção oposta
Tu levaste a bagagem cheia de esperanças
E comigo deixaste
A bagagem cheia de saudades
E a dor da saudade
É a dor de um parto que não termina
A dor de uma paixão quando se acaba
A dor cruel de um fogo que não se apaga
A dor da dor de uma dor infinda!
Repartimos duas coisas que não se cansam:
Na tua bagagem o que sempre se alcança
Na minha o que não adianta a espera
Porque o que nela pesa
É a desesperança!
Que leve seja o fardo que tu levas
E pontes não te faihem nas travessias
Quanto a mim já jenho
as certezas
Dos abismos que me esperam
Com suas pedras escorregadias
Longes, cada vez mais longes
Alcançaremos portais opostos do infinito. E por eles entrando Nos diremos num derradeiro grito
O nosso adeus finalmente infinito!