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Francisco José de Albuquerque Correia (Padre Francisco Correia)

✩1757 †1848

Francisco José Correia de Albuquerque, filho de José Francisco de Albuquerque e de Teresa Correia, nasceu no arrabalde Saboeiro da cidade Penedo AL, talvez em 1757, segundo o cônego Teotônio Ribeiro. Fernando Pio, em "Apontamentos Biográficos do Clero Pernambucano" diz que é natural do Recife, citando o historiador Lino.

O menino Francisco revelou cedo a vocação sacerdotal. Era estudioso, pregava imitando os missionários e fazia sacrifícios. Aos domingos e dias santos, na Pedra da Paciência, caminho do Barro Vermelho à matriz(hoje, catedral), o povo ia ouvir seus sermões. Tornou-se conhecido como padre Francisquinho. Estudou com os franciscanos que ministravam aulas gratuitas.

Doutorou-se em Direito Canônico pela Universidade de Coimbra. Foi ordenado em fins de 1781 ou início de 1782. Foi logo nomeado coadjutor da freguesia de Porto da Folha (Traipu).

Em Santana do Ipanema, chegou em 1787 como missionário. No mesmo ano, construiu uma capela, onde está a matriz. Da Ribeira do Panema, partia a pregar pelo sertão do Nordeste. (Tobias Medeiros, A Freguesia da Ribeira do Panema)

Fez parte do Conselho Geral do Governo no período de 1825 a 1827 e de 1830 a 1833. Foi deputado geral no quatriênio de 1830-1833. Político defensor dos interesses da Igreja e dos oprimidos.

Deixou a Ribeira do Panema, comunidade que tanto amava em setembro de 1842. Andou se despedindo pelas cidades e lugarejos do baixo São Francisco para, em seguida, recolher-se no Sítio Fazendinha, onde edificou uma capela e uma casa de recolhimento para mulheres em Bezerros PE, e faleceu, segundo informações do frei José Milton de Azevedo Coelho, estudioso e admirador desse virtuoso sacerdote. O falecimento ocorreu em 1848, segundo vários registros.

O povo reverenciava-o e o tinha como homem santo. Aberta a sepultura, diz a tradição oral, na igreja de N.S. do Rosário, pouco tempo depois, seu corpo estava intacto e exalava bom perfume. Por ordem do bispo diocesano, por certo foi transladado para uma igreja do Recife.

O primeiro vigário de Santana do Ipanema profetizou que o rio São Francisco iria secar e que haveria tempo de uma máquina correr nas estradas carregando e matando gente, o automóvel. (Tobias Medeiros, A Freguesia da Ribeira do Panema)

Fez prodígios, milagres, alguns relatados pelo cônego Teotônio Ribeiro. Para confirmação, transcrevemos um:

"Quando menino de escola, aconteceu de adoecer um dos colegas, o qual havendo passado mal à noite, amanheceu ardendo de febre. Ciente do caso, visitou-o o pequeno Francisco e o animou; pois dizendo-lhe que não era nada aquilo, fê-lo logo levantar-se e mudar o fato, seguindo depois juntos para a escola, sem haver mais resquício algum de enfermidade.

Realmente, esse pároco foi um homem extraordinário, um santo, cuja vida precisa ser pesquisada. Em homenagem, o Grupo Escolar, construído no governo de Osman Loureiro, tem seu nome. (Tobias Medeiros, A Freguesia da Ribeira do Panema)

Segundo relatos, quando construiu a capela já tinha consigo a imagem de Senhora Santana e São Joaquim que trouxera da Bahia a pedido de Ana Teresa, esposa de Martinho Rodrigues Gaia, dono da fazenda.

Segundo o frei Frei José Milton de Azevedo Coelho, OFM, o padre também é considerado fundador de São Bento do Una/PE , pois foi depois de uma missão pregada por ele em 1830, que teve início a construção da capela do Senhor Bom Jesus dos Pobres que deu origem ao povoado. O início da construção da capela se deu a 12 de novembro de 1831. Pode-se dizer que, praticamente, o lugar passou a Povoação a partir da construção da Capela, como normalmente acontecia em outras regiões. Sendo assim, pode-se considerar o Padre Francisco José como um dos fundadores de São Bento do Uma, como o foi de Santana do Ipanema.