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José Lucena de Albuquerque Maranhão (Coronel Lucena)

✩1883 †1955

Nasceu na Fazenda Flecheiras, município de Quebrangulo (AL) em 15.05.1883. Seu espírito combativo descende de antepassados do mesmo perfil, tais como: Jerônimo de Albuquerque Maranhão que expulsou os franceses do estado do Maranhão e André de Albuquerque Maranhão, herói da revolução de 1817.

Seu sonho era ser militar, mas seus pais não aceitavam sua decisão. Determinado, fugiu de casa e ingressou na polícia militar de Alagoas. Quando seus pais souberam notícias suas já integrava o serviço militar. Trabalhou em algumas cidades do sul e agreste de Alagoas.

A última cidade que ele trabalhou como soldado foi Viçosa. Após desentendimentos com o delegado em virtude da sua proteção a jagunço, pediu baixa do destacamento e disse ao delegado: com homem da sua qualidade não trabalho. Tomou o trem e se apresentou no quartel em Maceió. Após alguns dias foi promovido a sargento e foi destacar em Santana do Ipanema nomeado pelo Governador Costa Rêgo para o combate do cangaço e ladrões de cavalo.

Jose Lucena se casou duas vezes: a primeira mulher era muito ciumenta. Pertencia à família do Coronel José Rodrigues de Piranhas. José Lucena ao combater a coluna Prestes perseguiu-o até a divisa do Brasil com a Bolívia. Ele e a tropa voltaram para Maceió. Quando desembarcaram do trem, os militares trouxeram presentes para suas esposas, que se encontravam na estação os aguardando. José Lucena ao entregar seu presente, sua esposa jogou-o aos seus pés. Então sacou o parabelo para assassiná-la, mas foi impedido pelos pares. Após o episódio, separou-se. Deixou-a com um filho.

O sucessor de Costa Rego mandou prendê-lo pelos crimes cometidos no sertão de Alagoas, ele se tornou fugitivo até conseguir provar que os crimes foram a mando do Governo do Estado.

(Professor Macello Fausto)

Em 1936 com a insígnia de Major da Polícia Militar de Alagoas chega a assumir o posto de comandante do 2º Batalhão criado pelo Governador Osman Loureiro com o desafio de combater o cangaço no sertão. Inclusive, o termo “volante”, se refere aos soldados combatentes dos diversos tipos de banditismo.

Trouxera consigo, além sua fama, "carta-branca" para atuar. Além de destemido, era também carismático, conquistou rapidamente a simpatia dos santanenses. Segundo o escritor Oscar Silva que trabalhou sob seu comando, Lucena era amigo de todos, mais odiava bandidos, desde ladrão de galinhas até os destemidos cangaceiros.

Os seus pares foram escolhidos pelo Major e nas volantes do Batalhão de Lucena estavam sargentos, tenentes e aspirantes, espalhados pelo sertão. Segundo Oscar, Lucena amava e prestigiava a farda; apesar de pouca instrução nas letras, superava-se devido a sua inteligência e determinação. (Professor Marcello Fausto)

Em Santana, integrou-se à sociedade fazendo dupla com o padre Bulhões, os dois homens mais prestigiados de todo o interior. Brincava carnaval com os comerciantes locais e participava ativamente de todos os movimentos em prol do progresso local.

Em meados de julho 1938, Getúlio Vargas exige aos Governadores de Alagoas, Pernambuco, Sergipe e Bahia o fim de Lampião e seu bando, ou teriam que entregar os seus cargos. Ao receber ordem severa da Presidência, o Governo Estadual interpelou o major Lucena e o Coronel Theodoreto Nascimento de forma tão incisiva que o comandante saiu da reunião e foi pedir proteção e ajuda dos santos, na Catedral de Maceió. O Governo deu-lhe 30 dias para trazer a cabeça de Lampião. Major Lucena convocou o tenente João Bezerra, dando-lhe 15 dias para cumprir a missão. A polícia militar de Alagoas, em 28.07.1938, mata Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros na Grota de Angicos SE. (Professor Marcello Fausto)

O Coronel José Lucena foi primeiro prefeito eleito em Santana do Ipanema pelo voto direto. Governou de 1948 a 1950. Renunciando o cargo de prefeito, tornou-se deputado estadual pelo Município. Foi eleito prefeito de Maceió (1953-1955).

Entre suas obras em Santana do Ipanema, destacam-se: a biblioteca pública municipal em 1948; a demolição do antigo cemitério, onde é hoje a Igreja Sagrada Família e a construção do mercado público municipal em 1950.

Morre em Recife, em decorrência de apoplexia (colapso fulminante) em 19.05.1955.

Lucena hoje é nome da avenida principal da cidade e do 7º Batalhão de Polícia sediado nesta, “Capital do Sertão”. (Professor Marcello Fausto)